Não, não e NÃO! Para começo de
conversa a páscoa não é uma festa, originalmente cristã: Ela é uma festa
judaica, que foi criada como forma de gratidão à Deus pelo êxodo do Egito, no
episódio em que os mesmos aspergiam sangue nas portas, reuniam a família e
comiam um cordeiro como um ritual familiar. Esta festa foi conhecida como Pessach e foi posterioremente
resignificada com os cristãos, ao afirmarem a morte e ressurreição de Jesus
Cristo. De toda forma, não há registro de que os cristãos primitivos (que eram
judeus) houvessem modificado o ritual original, a não ser pela inserção da figura
do Cristo como centro de adoração.
Mas como foi que apareceu o tal
do coelho de páscoa, os ovos, o chocolate? Em primeiro lugar, há que se
perceber que, para estabelecer-se como religião oficial do Império Romano (que
agregava uma série de etnias e tribos), o cristianismo teve que fazer uma série
de concessões ritualísticas e de cunho político às outras religiões, de modo a sincretizá-las
em sua liturgia: O natal por exemplo, passou a ser celebrado no dia 25 de
Dezembro, para apaziguar os adoradores de Mitra, deus-sol que foi historicamente
adorado entre persas e romanos, cujo nascimento era atribuído à este dia. Com a
páscoa foi semelhante – Existiam, especificamente duas tradições à época do
Império Romano que influenciaram o modelo atual de páscoa que para nós foi importando
nos dias atuais; os egípcios e os povos anglo-saxões.
Existiam rituais de renascimento
e morte, que eram simbolizados no Egito Antigo na figura do deus Osíris, o deus
da fertilidade, onde a liturgia era feita através de cerimônias com ovos pintados
e adornados com pedras preciosas. Para quem não sabe, a cultura egípcia teve
uma forte influencia no Império Romano, desde que este foi incorporado à Grécia
Helenística.
Neste sentido, outra cultura que
teve forte influência na religiosidade romana foi a dos povos anglo-saxões, que
possuíam à época o culto a sua deusa da fertilidade que era conhecida como
Ostara, Eostre ou Easter (este último nome fazendo alusão direta ao atual nome
inglês dado à festa da Páscoa). As festividades desta deusa também consistiam
na pintura e adorno dos ovos, que posteriormente eram escondidos para serem
encontrados por adultos e crianças. Outro ponto interessante era que, o animal
que representava esta deusa, era o coelho, pois o mesmo se reproduzia muito
rápido e em grande quantidade, o que simbolizaria a fertilidade.
E o chocolate? Foi se incorporando aos poucos à tradição católica graças aos luxos conquistados pela burguesia durante a Idade Média, diante das novas tecnologias alcançadas à época.
E o chocolate? Foi se incorporando aos poucos à tradição católica graças aos luxos conquistados pela burguesia durante a Idade Média, diante das novas tecnologias alcançadas à época.
Alguma dúvida de porque a páscoa
ocidental é chamada de Easter e não de Pessach? Simplesmente porque a Páscoa
como a conhecemos hoje é uma tradição importante de duas das maiores
instituições civilizatórias da atualidade: O Romanismo Católico e a Cultura Inglesa/Estadunidense.
Logo, a páscoa, como a conhecemos
hoje, não é uma festa originalmente cristã, mas uma festa expropriada dos
judeus, que passou pelo cristianismo judaico, para um romanismo egípcio e
anglo-saxão, ao ponto de ser exportado para as Américas por colonos europeus,
de forte tradição italiana e inglesa.
Imagem: Extraída do Google Imagens
Texto por: Murillo Rodrigues
0 comentários:
Postar um comentário