domingo, 26 de junho de 2011

Biografia: Burrhus Frederic Skinner

Burrhus Frederic Skinner (Susquehana, Pensilvânia, 20 de Março de 1904 - Cambridge, 18 de Agosto de 1990) foi um autor e psicólogo estadunidente. Ele conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do Behaviorismo Radical, abordagem que busca entender o comportamento em função as interrelações entre história filogenética e ambiental do indivíduo. Ele também escreveu trabalhos controversos nos quais advoga o uso de técnicas para a modificação de comportamento (principalemente o condicionamento operante) com o intuito de melhorar a sociedade e tornar o homem mais feliz. Contudo a maior originalidade de seu trabalho (pouco reconhecida) é o tratamento dado à subjetividade humana, analisada segundo fatores históricos e ambientais, envolvidos com o chamado comportamento verbal.


Vida

De família presbiteriana, teve uma infância tradicional. Segundo o próprio Skinner, sem ambiente da infância era estável e não lhe faltou afeto. Frequentou o mesmo ginásio onde seus paishaviam estudado. Ele gostava da escola e era o primeiro a chegar todas as manhãs. Quando criança e adolescente gostava de construir coisas: Trenós, modelos de aviões, jangadas e até um canhão a vapor com o qual atirava buchas de batata e cenoura nos telhados dos vizinhos. Passou anos tentando construir uma máquina de movimento perpétuo. Também tinha interesse pelo comportamento dos animais. Lia muito sobre eles e mantinha um estoque de tartarugas, cobras, lagartos, sapos e esquilos listrados. Numa feira rural, ele observou certa feita um bando de pombos numa apresentação; anos mais tarde ele treinaria essas aves para realizar uma varidade de façanhas.

O sistema de psicologia de Skinner é sob muitos aspectos um reflexo de suas primeira experiências de vida. Ele considerava a vida um produto de reforços passados e afirmava que sua própria vida fora tão predeterminada, organizada e ordeira quanto seu sistema ditava que todas as vidas humanas fossem.

A conselho de um amigo de família, Skinner se matriculou no Hamilton college de Nova York. Ele escreveu:

"Nunca me adaptei a vida de estudante. Ingressei numa fraternidade acadêmica sem saber do que se tratava. Não era bom nos esportes e sofria muito quando minhas canelas eram atingidas no hóquei sobre o gelo ou quando os melhores jogadores de basquete faziam tabela na minha cabeça... Num artigo que escrevia no final do meu ano de calouro, reclamei de que o colégio me obrigava a cumprir exigências desnecessárias (uma dela era a presença diária na capela) e que quase nenhum interesse intelectual era demonstrado pela maioria dos alunos. No meu último ano, eu era um "rebelde declarado" [1]

Com parte dessa revolta, Skinner instigava trotes que muito perturbavam a comunidade acadêmica e se entregava a ataques verbais aos professores e a administração.

Se formou em inglês, recebeu a chave simbólica "Phi Beta Kappa" e manifestou o desejo de se tornar escritor. Durante dois anos depois de sua formatura, Skinner dedicou-se a escrever e então decidiu que "não tinha nada importante a dizer". Considerou-se um fracasso e estava com sua autoestima abalada, desapontado no amor por causa de meia dúzia de jovens que haviam rejeitado suas investidas, deixando-o muitíssimo perturbado.

Depois de ler sobre John B. Watson e Ivan Pavlov, Skinner decidiu transferir seu interesse literário pelas pessoas para um interesse mais científico. Em 1928, inscreveu-se na pós-graduação de psicologia em Harvard, embora nunca tivesse estudado psicologia antes. Foi para a pós-graduação, disse ele, "não porque fosse um adepto totalmente comprometido da psicologia, mas para fugir de uma alternativa intolerável". Comprometido ou não, doutorou-se três anos mais tarde. Seu tema de dissertação dá um primeir vislumbre da posição que ele iria aderir por toda a sua carreira. Sua principal proposição era de que um reflexo não é senão a correlação entre um estímulo e uma resposta. Conclui o mestrado em 1930 e o doutorado em 1931.

Em 1936 conseguiu uma colocação na Universidade de Minnesota, em Mineápoli, e lá casou-se com Yvone Blue. Durante os anos em que lá permaneceu realizou experiências com pombos, aves que abundavam nos nichos, janelas e frestas dos prédios da Universidade.

Procurando difundir suas ideias, enquanto trabalhou na Universidade de Minnesota escreveu "The behavior of organisms" e iniciou a novela "Walden II" sobre uma comunidade utópica, criada e desenvolvida com princípios behavioristas.

Em 1945 tornou-se chefe do Departamento de Psicologia da Universidade de Indiana. Iniciou-lá seu projeto de uma "caixa educadora para bebê" um compartimento de vidro com ar condicionado e temperatura controlada, no interior do qual era colocada a criança para aprender por meio de reflexos condicionados. Sua segunda filha ficou famosa por ter sido o primeiro bebê a ser criado dentro deste invento, uma experiência criticada e reprovada por muitos de seus contemporâneos.

Todas as ideias de Skinner foram desenvolvidas em torno de seu conceito de Condicionamento Operante. Skinner chegou a desenvolver uma máquina de ensino onde o estudante poderia aprender, pouco a pouco, encontrando as respostas que davam um prêmio imediato.

Um ateu e materialista, Skinner não tinha nenhum interesse em compreender a "mente humana". Era estritamente um Behaviorista e preocupava-se somente em determinar como o comportamento era causado por forças externas. Ele acreditava que tudo o que fazemos e somos é moldado por nossa experiência de punição e recompensa. Provocativo, polêmico, e um excelente publicitário de suas próprias ideias, acreditava que o espírito e outros fenômenos subjetivos eram apenas questão de linguagem e não existiam realmente.

Afirmava que não existe liberdade e nem dignidade. O homem bom faz o bem porque o bem é recompensado, e a sociedade poderia ser controlada, e criada uma nova cultura, se o indivíduo bom fosse automaticamente recompensado e o mau cidadão fosse automaticamente punido ou eliminado.

Skinner manteve-se produtivo até a morte, aos oitenta e seis anos de idade, trabalhando até o fim com o mesmo entusiasmo com quem começara uns sessenta anos antes. Em seus últimos anos de vida ele construiu no porão de sua casa, sua própria "caixa de Skinner" - um ambiente controlado que propiciava reforço positivo. Ele dormia ali, num tanque plástico amarelo, de tamanho apenas suficiente para conter um colchão, algumas prateleiras de livros e um pequeno televisor. Ia dormir toda noite as dez, acordava três horas depois, trabalhava por uma hora, dormia por mais três horas e despertava as cinco da manhã para trabalhar mais três horas. Então ia para o gabinete da universidade para trabalhar mais, e toda a tarde retemperava as forças ouvindo música.

Aos sessenta e oito anos, escreveu um artigo intitulado "Autoadministração intelectual na velhice", citando suas próprias experiências como estudo de caso. Ele mostrava que é necessário que o cérebro trabalhe menos horas a cada dia, com períodos de descanso entre picos de esforço, para a pessoa lidar com a memória que começa a falhar e com a redução das capacidades intelectuais na velhice.

Morreu em estado terminal de leucemia em 18 de Agosto de 1990.


Referências

[1][E em todo o texto] Schultz, D. P., & Schultz, S. E. (2005). História da Psicologia Moderna. São Paulo: Thomsom.

http://www.cabra.pages.nom.br/ecp-skinner.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/burrhus_frederic_skinner 

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